Roraima
Na serra do
Pacaraima, no norte de Roraima, estão situados o ponto extremo
norte do país, na nascente do rio Ailã, no monte Caburaí, e o
ponto culminante do estado, o monte Roraima, que é também o
marco fronteiriço com a Guiana e a Venezuela. Cortado ao sul
pela linha do Equador, o estado possui temperatura elevada o ano
inteiro. No período das secas, às margens do rio Branco (o
principal do estado), formam-se praias de águas límpidas.
Com apenas 15 municípios, Roraima é o estado menos populoso e o
que tem a menor densidade demográfica. No entanto, é aí que se
concentra a terceira maior população indígena brasileira , que
representa aproximadamente 14% da população estadual e ocupa
mais da metade do território. Sua influência está presente na
culinária à base de peixes e nos produtos artesanais.
Expansão agropecuária A agropecuária, a extração de
madeira, ouro e diamantes são a base da economia. Na agricultura,
de baixo padrão tecnológico, sobressaem as lavouras de arroz,
feijão, mandioca, milho e banana. Na pecuária tem importância
o rebanho bovino, destinado principalmente ao corte. Nos últimos
anos ocorre acentuada expansão das áreas destinadas à agropecuária.
Ainda assim, essas atividades ocupam apenas 13,2 % da área
estadual, pois boa parte das terras se encontra em regiões
inacessíveis cerca de 70% do estado é coberto pela
floresta Amazônica.
O setor industrial produz apenas para o mercado local, em virtude
da precariedade do fornecimento de energia elétrica e da rede viária.
O sistema de transporte é beneficiado com a inauguração da BR
174 em novembro de 1998. Com 970 km, a rodovia, que começa em
Manaus (AM) e termina na Venezuela, é a única ligação
terrestre do estado com o resto do país. O turismo ecológico
vem sendo incentivado principalmente sobretudo na região da
floresta Amazônica e nas serras da fronteira venezuelana.
Conflitos e queimadas O rápido crescimento populacional,
de 79,1 mil habitantes em 1980 para 217,6 mil em 1991, leva o
estado a conviver com graves problemas sociais. A estrutura fundiária
é bastante concentrada: os pequenos estabelecimentos (até 100
hab.), que representam 54,3% do total, ocupam apenas 6% da área,
enquanto as grandes unidades (acima de 1.000 hab.), que
correspondem a 7,7%, tomam 73,7% da área total. São freqüentes
as disputas pela posse de terra, que envolvem fazendeiros,
garimpeiros e populações indígenas. Mais da metade do território
de Roraima é ocupada por reservas indígenas (como a dos ianomâmis,
com 9.400.000 de hab.), onde é proibida a exploração de
riquezas, como ouro, pedras preciosas e cassiterita.
As queimadas que atingem o estado no primeiro semestre de 1998
provocam incêndio em uma área de 34.200 km² da floresta Amazônica,
o equivalente a 15% do estado, de acordo com o Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (INPA). São destruídos 22.800 km² de
cerrado e 7.200 km² da floresta Amazônica.
FATOS
HISTÓRICOS A área do atual estado de Roraima
só começa a ser percorrida no século XVII. Mas apenas no século
seguinte, em função do crescente interesse português pela
preservação da Amazônia, se intensificam os esforços de
reconhecimento, ocupação e defesa dessa extensa área ao longo
do rio Branco. Em 1752 inicia-se a construção do Forte de São
Joaquim, próximo do povoado de Nossa Senhora do Carmo, origem da
futura capital, Rio Branco.
Durante o Império, no século XIX, Roraima permanece como município
da província do Amazonas, com população pequena e economia
estagnada, baseada em velhas fazendas de gado. No início da República,
em 1904, é alvo de uma disputa fronteiriça com a Guiana, então
colônia do Reino Unido. A Questão do Pirara, arbitrada pelo rei
da Itália, Vittorio Emmanuel III. O território é dividido
entre os dois países, ficando a maior parte com a Guiana.
Em 1943, por determinação do presidente Getúlio Vargas, o
imenso município do norte do Amazonas é transformado em território
federal do Rio Branco. A decisão visa impulsionar o
desenvolvimento local e cuidar melhor dessa área considerada
estratégica. Em 1962, o território tem seu nome mudado para
Roraima. O crescimento econômico, no entanto, continua lento,
mesmo com os recursos e os incentivos dos governos militares nos
anos 60 e 70. Esses investimentos, como a abertura da rodovia
Perimetral Norte em 1983, melhoram a infra-estrutura, atraem
empresários e trabalhadores, principalmente para a pecuária (gado
de corte) e o extrativismo vegetal (madeira e castanha) e mineral
(ouro e cassiterita). Em conseqüência ocorre um acelerado
crescimento populacional. Em 1988, Roraima torna-se estado por
dispositivo constitucional.
GEOGRAFIA
Localização: noroeste da Região Norte.
Área:: 225.116,1 km².
Relevo: planalto ao norte e depressões ao sul.
Ponto mais alto: monte Roraima, na serra do Pacaraima (2.739,3 m)
Rios principais: Branco, Uraricoera, Catrimani, Alalaú e Tacutu.
Vegetação: floresta Amazônica com pequena faixa de cerrado a leste.
Clima: equatorial a oeste e tropical a leste.
Municípios: 15 (1998).
Municípios mais populosos: Boa Vista (163.024), Alto Alegre (14.947), Mucajaí (11.028), Caracaraí (10.077), Cantá (8.659), Rorainópolis (8.315), Normandia (6.510), Bonfim ((6.396), Pacaraima (6.118) e São Luiz (4.928) (est. 1998).
Hora local: -1h.
Habitante: roraimense.
POPULAÇÃO: 260.705 (1998).
Densidade: 1,15 hab./km².
Crescimento demográfico: 2,6 % ao ano (1991-1996).
Crianças de 7 a 14 anos fora da escola: 6,1 % (1998).
Analfabetismo: 7,21 % (1996).
Mortalidade infantil: 38,87 por mil nascidos vivos (1996).
IDH: 0,818 (1996).
GOVERNO
Governador: Neudo Campos (PPB) (reeleito em 1998).
Senadores: 3.
Deputados federais: 8.
Deputados estaduais: 24.
Eleitores: 170.620 (1998).
ECONOMIA
Participação no PIB: 0,14 % (1995).
Agricultura: arroz (30.520 t), mandioca (25.246 t), milho (14.524 t), feijão (536 t) e banana (1.966.000 cachos) (1996).
Pecuária: bovinos (399.939) e suínos (56.529) (1996).
Mineração: ouro (262.000 g) (1996).
Indústria: madeireira, construção civil e cerâmica.
CAPITAL: Boa Vista.
Habitante: boa-vistense.
População: 163.024 (1998).
Prefeito: Ottomar de Sousa Pinto (PTB).
Fundada em: 9/7/1890.