Bomba de Hidrogenio
Freqüentemente
denominada Bomba H ou Superbomba, é o mais
possante artefato explosivo jamais produzido pelo homem. Essa
arma tem uma força explosiva milhares de vezes maior que a da
bomba atômica que destruiu as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasáqui em 1945. A bomba H também pode produzir precipitação
radioativa com imensa capacidade mortífera.
Muitas autoridades acreditam que os países que possuem armas
nucleares já dispõem de bombas suficientes para destruírem a
civilização, caso ocorra uma guerra nuclear. Um dos maiores
problemas com que o mundo hoje se defronta é o de assegurar que
nunca ocorra uma guerra desse tipo. As nações têm feito muitas
reuniões para discutir meios de reduzir o risco de guerra
nuclear.
Funcionamento
Seu funcionamento
baseia-se em reações nucleares de fusão, isto é, dois átomos
de hidrogênio se chocam com bastante energia e fusionam,
transformando-se num átomo mais pesado. Na realidade não se
trata de hidrogênio normal mas hidrogênio pesado (deuterio).
Nesta fusão há liberação de uma quantidade substancial de
energia.
A fusão dos átomos de hidrogênio é o meio pelo qual o Sol e
as estrelas produzem seu enorme calor. O hidrogênio no interior
do Sol está comprimido de tal modo que pesa mais do que chumbo sólido.
A temperatura desse hidrogênio alcança elevados índices
cerca de 15 milhões de graus centígrados no núcleo do
Sol. Nessas condições, os átomos de hidrogênio movem-se de um
lado para outro e chocam-se uns com os outros violentamente.
Alguns dos átomos fundem-se para formar átomos de hélio,
um elemento mais pesado que o hidrogênio. Essa reação termonuclear,
ou fusão, desprende energia sob a forma de calor.
A explosão de uma bomba atômica reproduz, por um instante
fugidio, as condições de temperatura e pressão existentes
dentro do Sol. Mas o hidrogênio leve comum (H¹) reagiria
devagar demais, mesmo sob essas condições, para ser utilizável
como explosivo. Então os cientistas tem de usar isótopos mais
pesados de hidrogênio. Esses isótopos reagem mais prontamente
do que o hidrogênio leve. Os cientistas conhecem dois isótopos
pesados de hidrogênio: o deutério (H²), e o trício (H³),
um isótopo tornado radioativo artificialmente.
Efeitos
ou Reações Envolvidas
Precipitação. Isótopos
radiativos, produzidos durante uma explosão nuclear, que
permanecem na atmosfera ou precipitam-se sob o solo na forma de
"neve radioativa".
Onda de Choque. A rajada ou efeito de choque térmico ou
de calor, são basicamente os mesmos produzidos por uma bomba atômica.
Choque eletromagnético: ao explodir a bomba libera uma
onda eletromagnética que danifica principalmente a rede elétrica
como também eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, automóveis,
etc..
Inverno nuclear: incêndios de grandes proporções
provocados pela bomba produziram uma fumaça espessa e toxica,
bloqueando a luz do Sol e tendo como resultado mudanças climáticas
severas, em particular temperaturas muito mais baixas. Estes
efeitos, provocados por partículas de fumaça que alcançaram a
estratosfera, seriam catastróficos para a vida dos animais e
plantas, e durariam vários anos.
História
Já em 1922,
cientistas reconheceram as tremendas quantidades de energia que
uma explosão de átomos de hidrogênio poderia liberar. No
entanto, o hidrogênio comum não se fundiria suficientemente
depressa de modo a explodir. Por outro lado, não dispunham de
meios para produzir o intenso calor e a enorme pressão que se
faziam necessários.
Na década de 1930, os cientistas descobriram os isótopos
pesados e mais reativos do hidrogênio. Por fim, a bomba de fissão
foi criada e aperfeiçoada como arma bastante poderosa para
servir de detonador à bomba de fusão. Em 1950, o presidente
norte-americano Harry S. Truman autorizou a produção da bomba
de hidrogênio. Na primavera de 1951, cientistas norte-americanos
testaram em pequena escala o princípio da fusão.
Em 1º de novembro de 1952, especialistas norte-americanos
detonaram a primeira arma de hidrogênio da grandeza de megaton.
Essa explosão liberou uma energia de 10,4 megatons. Os soviéticos
explodiram sua primeira arma nuclear desta ordem em 12 de agosto
de 1953. Os Estados Unidos da América detonaram sua primeira
bomba da grandeza de megaton, apta a ser lançada (a bomba Bravo)
em 1º de março de 1954. Em 30 de outubro de 1961, cientistas da
URSS explodiram uma bomba de hidrogênio com uma potência de 58
megatons. 1 megaton eqüivale a cerca de um milhão de toneladas
de TNT. A China explodiu sua primeira bomba de hidrogênio 17 de
junho de 1967. A França experimentou a sua pela primeira vez em
24 de agosto de 1968. Desde então, todas as nações, salvo a
França e a China, têm experimentado suas armas nucleares sob o
solo.
Em 1968, as Nações Unidas aprovaram um tratado para deter a
disseminação de armas nucleares por nações que não as
possuem. O tratado entrou em vigor em 5 de março de 1970. Foi
ratificado pelos E.U.A., Grã-Bretanha, URSS e mais de 40 nações.
O Brasil foi um dos países que não concordou com tal ratificação.
Fases
A bomba de hidrogênio
funciona em fases. Primeiramente uma bomba atômica explode,
agindo como detonador. Ela fornece o calor e a pressão necessários
à fusão. Em seguida, uma mistura de deutério e trício se
funde, em uma reação termonuclear. Isso libera rapidamente
grandes quantidades de energia, provocando uma explosão
tremendamente poderosa.
Nem todas as bombas de hidrogênio produzem grandes quantidades
de precipitação radioativa. O processo da fusão propriamente
dita não forma produtos altamente radioativos, tal como na fissão.
As armas inventadas nos últimos anos produzem muito menos
precipitação do que as bombas de hidrogênio primitivas. Essas
armas mais novas chamadas bombas "limpas", tiram da
fissão somente uma pequena parte de sua energia. Quase toda
energia provém da fusão. Já as bombas atômicas tiram toda sua
energia da fissão. Elas produzem grandes doses de precipitação
quando são detonadas perto da superfície da terra.