Amapa
O Amapá separa-se
da Guiana Francesa pelo rio Oiapoque, em cuja foz está o extremo
norte do litoral do Brasil. Esse rio é também uma das únicas
formas de acesso ao Parque Nacional do Cabo Orange, criado para
resguardar uma faixa de 619.000 habitantes de manguezais, campos
de várzea, cerrado e floresta.
Segundo estado menos populoso do Brasil, depois de Roraima, tem a
maioria de seus habitantes na capital, Macapá, cidade cortada
pela linha do Equador. Sua população é a que mais cresce no país,
sobretudo por causa da chegada de correntes migratórias,
principalmente de nordestinos, no sul do estado e na área de
Macapá.
A floresta Amazônica cobre boa parte do estado, que vem
investindo na preservação ambiental. O desmatamento, que
atingia uma média de 130 km por ano na última década, foi
praticamente eliminado desde 1993 e todas as terras indígenas
estão registradas. Na área social, os indicadores de saúde e
educação apontam condições melhores em relação à média
dos estados do Norte e Nordeste. Contudo, falta infra-estrutura
de transporte, energia e comunicação.
O ponto alto da economia está no centro do estado, as reservas
de manganês da serra do Navio. Apesar do progressivo esgotamento
das jazidas, a exploração de manganês ainda responde por
grande parcela do PIB estadual. Na agropecuária destacam-se as
culturas de arroz, feijão, mandioca e a criação de bovinos. A
concentração fundiária ainda é elevada. As pequenas unidades
agropecuárias (menos de 100 hab.) ocupam 61,3% do total de
estabelecimentos, o que eqüivale a 6,6% da área total. Já as
grandes propriedades (mais de 1.000 hab.) correspondem a 2,3% das
unidades e a 60% da área. Tanto o número de estabelecimentos
agropecuários (4,8 mil para 3,3 mil) quanto sua área total (1.208.000
hab. para 700.000 hab.) sofrem intensa redução entre 1985 e
1995. O mesmo ocorre com o pessoal que trabalha no setor, que
passa de 21,5 mil para 16,7 mil pessoas. Na década de 90 foi
estabelecida uma área de livre comércio em Macapá, que vem
impulsionando o desenvolvimento da região.
FATOS
HISTÓRICOS A área do atual Amapá, pelo
Tratado de Tordesilhas, pertencia originalmente aos espanhóis.
Durante a União Ibérica entre Portugal e Espanha, a região é
doada ao português Bento Maciel Parente, com o nome de capitania
da Costa do Cabo Norte. Após a assinatura do Tratado de Madri,
em 1750, Portugal começa a se preocupar com a exploração e a
defesa da região. Imigrantes açorianos e marroquinos iniciam a
ocupação do território. Com a construção da Fortaleza de São
José do Macapá, os portugueses dificultam os ataques dos
franceses, já estabelecidos na vizinha Guiana. O forte levou 18
anos para ser construído e era o maior do Brasil colonial. Com a
independência, em 1822, o Amapá permanece ligado à província
do Pará e continua enfrentando problemas de fronteira com a França.
Os dois países disputam uma região situada entre os rios
Oiapoque e Araguari, que corresponde a quase metade do território
atual do estado. Essa questão só é resolvida definitivamente
com a intermediação do presidente suíço Walter Hauser, em
1900, que concede a área ao Brasil.
Borracha e manganês Quando, no final do século XIX, a
Amazônia começa a viver o ciclo da borracha, o sul do Amapá
também se beneficia da atividade extrativista. Em 1943, numa
tentativa de apoiar o desenvolvimento da região, o governo
federal desvincula o Amapá do estado do Pará, transformando-o
em território federal com capital em Macapá. Em 1946, tem início
a exploração das ricas jazidas de manganês recém-descobertas
na serra do Navio, concedidas à Indústria e Comércio de Minérios
SA (Icomi), subsidiária da norte-americana Bethlehem Steel. Nos
anos 70, junto do rio Jari, na divisa com o Pará, é implantado
o Projeto Jari, um ambicioso programa do empresário norte-americano
Daniel Ludwig, ligado à exploração de madeira, ao cultivo de
arroz, à produção de celulose, entre outras atividades. Apesar
do grande investimento, o projeto não se consolida e, em 1982, o
que restava do empreendimento é assumido por empresas
brasileiras, lideradas pelo Grupo Caemi e pelo Banco do Brasil.
Em 1988, o Amapá torna-se estado.
GEOGRAFIA
Localização: extremo norte do país.
Área:: 143.453,7 km².
Relevo: planície com mangues e lagos no litoral; depressões na maior parte, interrompidas por planaltos residuais.
Ponto mais alto: serra Tumucumaque (701 m).
Rios principais: Amazonas, Jari, Oiapoque, Araguari, Maracá.
Vegetação: mangues litorâneos, campos gerais e floresta Amazônica.
Clima: equatorial.
Municípios: 16 (1998).
Municípios mais populosos: Macapá (244.972), Santana (78.039), Laranjal do Jari (26.351), Mazagão (12.475), Oiapoque (10.937), Porto Grande (8.009), Vitória do Jari (7.227), Amapá (6.343), Calçoene (5.908) e Tartarugalzinho (4.562) (est. 1998).
Rodovias: 2.402 Km.
Ferrovias: 194 Km.
Hora local: a mesma.
Habitante: amapaense.
POPULAÇÃO: 420.834 (1998).
Densidade: 2,93 hab./km².
Crescimento demográfico: 5,3 % ao ano (1991-1996).
Crianças de 7 a 14 anos fora da escola: 6,9 % (1998).
Analfabetismo: 12,98 % (1996).
Mortalidade infantil: 27,92 por mil nascidos vivos (1996).
IDH: 0,786 (1996).
Escolas de ensino básico: 378.
Escolas de ensino médio: 17.
Escolas de ensino superior: 2.
Médicos: 202.
GOVERNO
Governador: João Capiberibe (PSB) (reeleito em 1998).
Senadores: 3.
Deputados federais: 8.
Deputados estaduais: 24.
Eleitores: 213.289 (1998).
ECONOMIA
Participação no PIB: 0,09 % (1995).
Agricultura: mandioca (22.314 t), arroz (549 t), milho (359 t), feijão (150 t) e Banana (412.000 cachos) (1996).
Pecuária: bovinos (59.700), suínos (14.213) (1996).
Mineração: manganês (332.571 t),cromo-cromita (134.197 t) e ouro (2.081.106 g) (1996).
Indústria: extrativa mineral, pesqueira e madeireira.
Arrecadação do ICMS: US$ 6.300.000,00.
Despesa orçamentária: US$ 80.100.000,00.
Receita orçamentária: US$ 76.300.000,00.
CAPITAL: Macapá.
Habitante: macapaense.
População: 244.972 (1998).
Prefeito: Anníbal Barcelos (PFL).
Fundada em: 4/2/1758.